Wesley e o povo chamado metodista
Estou resumindo a obra abaixo:
HEITZENRATER, R. P. Wesley e o povo chamado metodista. 2ª Edição. São Bernardo do Campo: EDITEO; São Paulo: Cedro, 2006.
Quem quiser ler, aprenderá um pouco mais!
Postarei um capitulo por vez.
Capítulo 1
O metodismo e a herança cristã na Inglaterra
O autor incita-nos a entender o contexto inglês da época para, assim, compreendermos as origens do movimento wesleyano. Para tanto, por se tratar de um movimento historicamente construído, inicia mostrando-nos as origens do cristianismo na Inglaterra, que deu-se no século seis com Santo Agostinho de Cantuária, à época do rei Etelberto. Assim, a monarquia começa a exercer grande influência nos assuntos religiosos, gerando muita tensão. A Igreja de Roma enfrentou muitas dificuldades a partir do desenvolvimento, na Inglaterra, de uma consciência nacional e uma índole insular, resultando em uma religião “ousadamente nacionalista (...) e fortemente antipapal” (p.3), devido à grande influência francesa sobre o papa.
Durante o período da Reforma Inglesa, nota-se que a figura central na história inglesa é a monarquia. Verificamos isso em momentos centrais da história inglesa, como quando Henrique VIII separou a Igreja inglesa da Igreja de Roma, ficando estabelecida sob a monarquia, sendo o rei o cabeça do Estado e da Igreja.
Sob o reinado de Eduardo VI, “a influência dos reformadores continentais tornou-se mais notória tanto na corte como na zona rural” (p. 5) assumindo um aspecto mais radical. Nesta época, o arcebispo Thomas Cranmer ajudou a desenvolver tanto a liturgia da Igreja da Inglaterra com o Livro de Oração Comum (1549) como as doutrinas, através dos Quarenta e Dois Artigos, inclinando-se para uma influência calvinista, afirmando a predestinação supralapsária e opondo-se às boas obras. Os artigos foram aprovados em 1553, antes de Maria subir ao Trono.
Maria, por sua vez, opôs-se veementemente contra os protestantes, exilando muitos e executando os que permaneceram na Inglaterra. Com um reinado muito curto, o catolicismo romano não conseguiu retornar à Inglaterra no período de Maria Sanguinária, que, após sua morte, deixou o trono para sua irmã Elisabete. Esta, devido à sua astúcia política visando a estabilidade do seu reinado, levou ao Estabelecimento Elisabetano, que definia a relação Coroa-Igreja. Atos Parlamentares importantes: Ato de Supremacia (1559) e Ato de Uniformidade (1559). Ao mesmo tempo, o calvinismo mostrou-se revitalizado através dos “exilados da época de Maria que regressavam à Inglaterra” (p.7) que trouxeram o Livro dos Mártires e a Bíblia de Genebra, que influenciaram por gerações os países ingleses.
Devido às tensões entre os adeptos da fé romana, entre os puritanos calvinistas e as estruturas políticas e teológicas de Elisabete, Richard Hooker promoveu uma “exposição da estruturação e da doutrina da Igreja” (p.9) chamada Das Leis da Estruturação Eclesiástica (1595) e possuía três aspectos de pensamento: as Escrituras como fonte da Verdade, a tradição como modo de vida e de pensamento, a razão, que fornecia “os meios pelos quais as Escrituras e a tradição poderiam ser examinadas e entendidas por pessoas sensatas” (p.10).
No fim do século XVI, Jacob Arminius (1560-1609) desafiou a teologia calvinista desenvolvida por Theodore Beza da sola gratia e da sola fide com seu conceito de expiação universal. Os calvinistas censuraram publicamente “o reconhecimento arminiano do livre arbítrio e ação humanos como uma outra forma semipelagiana de justificação pelas obras” (p.11). Os calvinistas começaram a chamar de arminianos todos aquele que se opôs à predestinação, ou que defendia o livre arbítrio, ou mantinha a idéia de expiação universal, ou enfatizasse a responsabilidade humana, ou que desse ênfase à disciplina da vida cristã (vida santa) ou desse importância à conversão. Já os arminianos chamavam os calvinistas de solafidianos e antinomianos, alegando que estes, por levaram a sola fide ao extremo e se oporem radicalmente ao legalismo, promoviam a lassidão moral.
No início do século XVII, James I e Charles I, tentando escapar dos puritanos escoceses (os presbiterianos, que se opunham à Mary Stuart), mudaram-se para a Inglaterra, porém, não escaparam das provocações dos puritanos calvinistas ingleses. Com uma nova versão da Bíblia, a King James (1611), tentou-se aplacar os calvinistas. Contudo, a tensão religiosa era crescente, principalmente pela inclinação católico-romana de James I, culminando na morte de Charles I.
Com isso, a Inglaterra ficou sem monarquia e sem Igreja estabelecida, levando a condições políticas precárias e a uma liberdade religiosa que levou ao surgimento de um fanatismo religioso e tendencioso, com presbiterianos, batistas, congregacionais e quacres. Convidou-se então Charles II para, assim, restaurar a monarquia e restabelecer a Igreja, colocando novamente a liturgia e a doutrina
Após Charles II, subiu ao trono James II, ambos com inclinações católico-romana. Para evitar uma aproximação com a Igreja de Roma, o Parlamento inglês decidiu convidar Mary (filha protestante de James) ao trono, aceitando seu marido William de Orange como rei, e em 1689 foi declarado o Ato de Tolerância em que os não-conformistas seriam tolerados sob certas condições.
O pietismo e as sociedades religiosas
O pietismo surgiu como uma reação “contra a letargia espiritual e a lassidão moral” e que “viria a ser um reavivamento dando ênfase à piedade e a uma vida santa entre pequenos grupos de cristãos” (p.19). Philipp Jacob Spener criou um programa para esse movimento, intitulado Pia Desideria (1675): sola scriptura, envolvimento ativo e consciente de leigos, zelo evangélico, prática do viver cristão, pregações para a salvação e treinamento ministerial para qualidades morais e espirituais na vida do pastor. Além de Spener, outros escritores pietistas: August Hermann Francke e Nicholas Ludwig von Zinzendorf (patrono dos morávios). Spener criou os collegia-pietatis, pequenos grupos de estudo bíblico e oração que reuniam
A família Wesley em Epworth
Sabe-se a importância da influência familiar na vida de João Wesley. Samuel e Susanna concordavam com os métodos de educação para seus filhos. Ele, graduado em Oxford, escreveu tratados teológicos para a Gazeta Ateniense, publicou poesias, entre elas uma versão métrica dos Evangelhos, e produziu um erudito estudo linguístico do livro de Jó. Ela, interessada na educação e aprendizagem de todos os filhos, tanto meninos quanto meninas, que deveriam ler tão bem quanto os meninos. Todos os seus filhos receberam “cuidadosa instrução tanto religiosa como educacional” (p.30). Apesar de serem oriundos de famílias não-conformistas, ambos tornaram-se adeptos ardentes da Igreja estabelecida.
Os Wesley sofreram grande influência da SPCK, inclusive quando Samuel organizou uma sociedade em Epworth a SPCK enviou livros e panfletos. Era uma sociedade dotada de várias regras práticas, inclusive nas doutrinas, o que exigia um intenso estudo das Escrituras e de obras de teologia prática.
João Wesley, após estudar em Charterhouse, subiu para Oxford, que refletia muitos dos problemas ingleses da época. Durante esse período João Wesley buscou compreender mais significativamente as exigências do viver cristão.
Ow Yuri, tudo bem? Eu vi que está seguindo o Paulicéia do Jazz. Gostaria de saber como achou o nosso blog? Foi o "Digão" que passou o link ou você nos achou pela internet?
ResponderExcluirabs,