A História de Israel a partir dos pobres
Fiz este resumo para a aula do CEMEC do curso de Evangelista. Livro muito bom, fácil leitura e muitas informações, oferecendo um ótimo panorama do AT.
Aproveitem!
PIXLEY, Jorge. A História de Israel a partir dos pobres. 10ª ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
I – CHAVES DE LEITURA
Para entender o sentido dos fatos da história de Israel, o autor nos propõe duas chaves de leitura: uma teológica, utilizando o êxodo como evento originário do povo de Israel, desvendando, assim, a “linguagem ideológica nos textos bíblicos” (p10), revelando que o Deus verdadeiro é aquele que liberta os oprimidos. Uma outra chave de leitura é a sociológica, onde se analisa as relações sociais e suas dinâmicas. Dentro da estrutura da sociedade egípcia encontramos no povo camponês a grande maioria da população. Eram organizados em aldeias as quais eram governadas internamente pelos conselhos de anciãos de cada uma delas. O rei do Egito era dono das terras, dos animais e das pessoas do país, sendo que o poder era exercido através dos tributos pagos pelas aldeias, e estas tinham em troca proteção e manutenção. Haviam os servos do rei que faziam as vontades da coroa e eram seus empregados. Um forte exército defendia o Estado e um aparelho de administração civil controlava a cobrança, coleta e distribuição dos tributos.
O aparelho religioso dentro desse sistema vinculava a pessoa do rei à figuras divinas, colocando-o em uma posição divina como um rei-deus.
De certa forma, “todos eram escravos nesta sociedade” (p12).
II – AS ORIGENS DE ISRAEL COMO NAÇÃO DE TRIBOS
Canaã pré-israelítica. Início da história de Israel:
Existem basicamente três teorias científicas para explicar o surgimento de Israel. A primeira é a da unidade racial primitiva, onde os vínculos familiares explicariam a união entre as tribos. Dentro da perspectiva da obra, esta teoria teria uma aparência apolítica ao considerar que o povo de Deus teve uma origem natural.
Uma segunda teoria encontra-se na prática do pastoreio de animais, onde os pastores teriam se unido por um estilo de vida comum e enfrentando, assim, os camponeses que cultivavam a terra. Nesta teoria pode-se encontrar a base social do conflito entre israelitas e cananeus.
A terceira teoria propõe a unidade das tribos como resultado de uma rebelião contra os reis da Palestina. Por esta teoria tem se a base material da fé de Israel
O êxodo como evento histórico. Quem se libertou? Um setor da classe social dominada pelos egípcios, os hebreus, ou hapiru, sob a direção de Moisés, profeta de Javé.
Organização da nação através de leis populares revelados à Moisés e atribuídas a Javé. As tribos eram enormes famílias que se entrelaçavam pela descendência comum a Jacó. O exército formava-se por guerreiros voluntários.
Patriarcas pré-israelitas, conserva-se a memória dos líderes, anterior à formação da aliança tribal, que deu origem a Israel e reafirmava a unidade das tribos.
III – SURGEM OS REIS SOBRE AS TRIBOS DE ISRAEL
Chefes militares tomaram título de rei na segunda metade do século XI aC devido a pressões externas causadas pelos filisteus e, com um exército de voluntários, a defesa teve grandes dificuldades
Por volta de
Para o autor, a construção do templo por Salomão legitima a opressão do povo, além de instituir a corvéia. Dentro da estrutura social do reino de Salomão, encontramos semelhanças com o modo de produção tributário, tendo como única diferença o rei estar submetido à lei de Javé. As tribos, agora organizadas em distritos, pagam tributos – tanto materiais quanto na forma de trabalho - aos governadores para repasse ao rei. O autor aproveita o ensejo e cita ISm 8.17.
Nesta época surgem os primeiros produtos literários de Israel, como o “relato Javista (J) do Pentateuco e a História da Sucessão” (p35). No relato javista há quatro temas: 1) promessa da terra e descendência aos patriarcas; 2) êxodo; 3) entrega da Lei no monte Sinai; 4) peregrinação no deserto com ênfase dupla – na graça de Javé e nas rebeliões de Israel. Na narração da história de Israel encontramos um ponto de vista judaíta, ou seja, sulista.
IV – REVOLTA DAS TRIBOS CONTRA A DINASTIA DAVÍDICA
Antes da morte de Salomão, Jeroboão tentou, e fracassou, organizar uma rebelião, levando-o a exilar-se no Egito. Morrendo Salomão (
O exército e os profetas serviram, neste período, como elemento de controle sobre a ambição dos reis. Com o exército, houve uma sucessão violenta de reis, enquanto os profetas denunciavam. Desta forma, o rei, nesta sociedade, assemelhava-se mais a um chefe militar, o qual não tinha legitimação religiosa e carecia de uma administração civil.
Observando a versão do norte, chamada eloísta devido à preferência pelo nome Eloim em lugar de Javé, há uma proeminência dada aos profetas. Abraão e Moisés são apresentados como profetas. A palavra de Deus é dada a conhecer e cabe aos homens a obediência. Esta versão limita-se aos temas da tradição – patriarcas, êxodo, Sinai e peregrinações.
V – A DINASTIA DE AMRI (884-
Período negro de Israel – reis quiseram parar o povo em sua fidelidade a Javé. Profetas: Elias e Eliseu.
Sérios problemas de defesa em Israel, tentando amenizar através de alianças externas – com Tiro, Sidônia e Judá - e reforçando internamente o Estado, comprando terreno para a construção de Samaria, a nova capital, levantando um templo para Baal, mas não impedindo o culto a Javé em Dã e Betel. Baal – deus de Samaria – e Javé – Deus das tribos – não podiam conviver, levando a conflitos de morte entre os profetas de ambos.
Amri tentara implementar um sistema de governo semelhante ao modelo egípcio, o qual Moisés e seus seguidores haviam se rebelado.
VI – A DINASTIA DE JEÚ (841-
Incitado pelo profeta Eliseu, Jeú armou um golpe violento contra Aram, eliminando o culto oficial à Baal na capital, mas não eliminando o culto clandestino a este pelos camponeses.
Na organização social deste período, a religião continuou sendo determinante. Samaria ficou praticamente despovoada, porém continuou sendo a capital de Israel e a organização tribal oferecia uma defesa aos camponeses israelitas. A administração civil cresceu, juntamente com os tributos. O principal santuário nacional estava em Betel, deixando indícios de uma religião, de certa forma, independente à Coroa.
Amós, profeta de Judá, chegou a Betel para assumir o manto de Elias, analisando profundamente as injustiças. Após Amós, veio Oséias, último grande profeta de Israel, que denunciava a ganância dos reis como uma forma de prostituição.
VII – ENQUANTO ISSO, O REDUTO DAVÍDICO, JUDÁ
Judá, por manter-se à parte das rebeliões contra a casa de Davi e a destruição de Samaria, manteve o único vínculo histórico com as tribos de Israel.
Ao compararmos os livros dos reis - uma grande obra histórica que começa em Deuteronômio e inclui Josué, Juízes, os dois livros de Samuel e os dois Livros dos Reis, que priorizam Israel sobre Judá e preparam para a destruição de Samaria – com os das Crônicas – que narram a mesma história, começando em Davi, colocando Jerusalém como Cidade Santa e o reino de Judá como o verdadeiro Israel – podemos colocar uma perspectiva nesta história.
Havia, no reino de Judá, “tensões permanente entre os reis e o seu próprio pessoal em Jerusalém” (p57) devido à burocracia inflada de Estado e a pobreza tributária para seu sustento, sendo os administradores os que mais pressionavam para uma política externa agressiva e expansionista. O povo da terra apoiaram reformas para redução do pessoal administrativo, concentrando-os na capital e deixando o campo livre para o povo da terra. O mais importante reformador foi Ezequias.
VIII – OS PROFETAS NO FINAL DO SÉCULO VIII EM JUDÁ
Houve dois grande profetas nos tempos de Ezequias: Isaías, de Jerusalém e crítico dos reis de seu tempo, e Miquéias, do campo e popular, o qual via que os “chefes se alimentavam da carne do povo” (p60).
O primeiro tem como marco em sua atividade uma teologia davídica
Na análise do segundo, não havia esperança de ser purificar a cidade, restando apenas a sua destruição. Devido os homens poderosos explorarem a terra dos camponeses, Miquéias propunha uma revolução camponesa, pois entende que Javé não poderia libertar o povo sem uma ação organizada desse povo.
IX – A PALESTINA SOB A HEGEMONIA ASSÍRIA (738-
Umas das prioridades do império assírio era controlar todo o acesso terrestre ao Egito através do domínio sobre as rotas filistéias e fenícias e tendo regimes amigos nas serras palestinas, onde se encontravam Israel e Judá.
Teglat-Falasar III, primeiramente, dirigiu-se a Síria e a Fenícia, não afetando Israel. Em sua segunda campanha, derrotou o exército de Israel na costa, anexando Dor, Meguido e Galaad.
O rei Sargão II, entre 720 à
Desde a queda de Samaria em
Ao incorporar um reino vassalo, o império assírio buscava desarticular a vida nacional com a inserção de línguas e costumes diferentes nas cidades e mantendo a população camponesa, além de remover os líderes da sociedade, trocando com líderes de outras sociedades conquistadas e nomeando um governador assírio.
Com Israel sendo incorporado ao império assírio, Judá ficou como reino vassalo e herdeiro da identidade nacional e religiosa do povo de Javé, impondo-se a Jerusalém e seu templo como único lugar de culto à Javé. Assim, com a fé resultante, começaram peregrinações desde as províncias assírias para celebrar as festas de Javé
Manassés, considerado o pior dos reis de Judá (IIRs 21.1-18), começou a reinar ao lado de seu pai Ezequias em
Os adeptos do projeto de Ezequias elaboraram a primeira versão do livro da lei de Moisés (Deuteronômio), provavelmente alguns anos depois da invasão de Senaquerib em
X – O PROJETO DE UM NOVO ISRAEL (640-
Para restaurar Israel, os dirigentes da sociedade judaíta fizeram um movimento, inspirado no livro da lei (IIRs 22.8-10; IICr 34.14-18), chamado Reforma de Josias, durante o colapso do poderio assírio. Josias tentou estabelecer uma aliança entre Javé, o rei e o povo (IIRs 23.1-3), assim o rei tornou-se o intermediário e fiador da aliança. Houve também a concessão (amarga aos do norte) de dar a Jerusalém e seu templo o monopólio “para vir a ser o centro em torno ao qual se uniria a nação” (p74).
Josias destruiu santuários desde Gaba até Bersabéia (IIRs 23.8), destruiu lugares de culto a Javé e os santuários pagãos da população israelita de Samaria, Meguido e das províncias filistéias, tendo seu ápice com a destruição do santuário de Betel, que antes fora o principal santuário de Israel.
Como ficaram os pobres de Israel, e também de Judá, que formam a base da sociedade? É premissa notarmos que os camponeses dependiam, para sua subsistência, de latifundiários das províncias (denunciados por Miquéias - Mq 2.1-5 – e por Isaías – Is 5.8-10) que controlavam os campos e também controlavam o recrutamento de jovens para o exército.
Os profetas de Judá, por sua vez, eram indivíduos que se apresentavam como “inspirados por Javé, o Deus de Israel, para pronunciar sua Palavra e defender os pobres” (p78). Quatro profetas conhecidos são: Miquéias; Sofonias, que denunciou o luxo e os crimes das classes dominantes (Sf 1.8-9,12-13;3.1-4) opondo-se ao Estado e seu aparato religioso; Urias, mártir que denunciou o templo em nome de Javé, um autóctone de Judá; Jeremias, opunha-se ao templo e à reforma de Josias, para ele, uma conversão apenas aparente (Jr 3.6-13) e mentirosa.
A reforma foi interrompida abruptamente com a morte de Josias pelo rei do Egito em
XI – O PERÍODO DA HEGEMONIA BABILÔNICA (605-
Após a morte de Josias, Israel foi extorquido pelo Egito, após colocar Joaquim, filho de Josias, no trono (IIRs 23.33-35). Em
Antes de morrer, Joaquim começou a reter tributos, então Nabucodonosor, como represália, levou o rei à Babilônia juntamente com a família real e outras pessoas importantes (Jr 52.28). Deixaram, em Judá, Sedecias, o que causou uma divisão de lealdades: uns reconheciam-no e outros esperavam o retorno do rei Joaquin, filho de Joaquim.
Sedecia ambicionava a independência da Palestina, mas foi desastroso em sua campanha. Os babilônios destruíram os muros de Jesusalém e o seu templo, além de incendiaram a cidade. O rei de Amon, por sua vez, recebeu alguns refugiados de Judá que aspiravam a restauração. O profeta Jeremias apoiou Godolias, que não tinha parentesco com a linhagem davídica, já o povo dividiu-se em três grupos: os que apoiavam Godolias; os exilados da Babilônia que esperavam Joaquin; e os refugiados de Amon, de onde saiu Ismael, que matou Godolias em Masfa (Jr 41.1-3).
Judá via-se completamente desorganizado e foi anexado á província de Samaria. Os camponeses permaneceram trabalhando em suas terras.
Com o surgimento de um rei persa que juntou a Média e a Pérsia, o império babilônico estremeceu. Ciro, em pouco tempo de poder, já obteve grandes êxitos. Em
Em relação ao profeta Jeremias, sabe-se que era um dissidente com respeito à política dos reis, nunca tendo apoiado a teologia davídica do templo, e apoiando a política pró-babilônica no reinado de Sedecias, condenando sua prática de alianças. Jeremias urgiu para que os deportados da Babilônia ficassem radicados naquele lugar e não retornassem antes de setenta anos. O profeta via a salvação do povo no “distanciamento da casa de Davi e do sacerdócio de Jerusalém” (p84) sob a proteção babilônica.
Neste período, a produção da narrativa histórica foi muito rica, produzindo a História Deuteronomística (Dtr1), tendo sua primeira edição escrita depois da Reforma e antes da destruição de Jerusalém. Já a sua revisão, conhecida pelos exegetas como Dtr2, está contida nas Bíblias atuais em Dt, Js, Jz, Sm e Rs.
Além disto, temos a história conhecida como Jeovista (RJE), que é a revisão das origens de Israel, conhecida como estrato sacerdotal do Pentateuco (P), onde estão fundidas as versões judaíta (J) e israelita (E).
A respeito da Reforma, houve muitas incertezas, existindo pelo menos três projetos amparados pelas tradições do deus Javé: uma deuteronomista, respaldada por Josias; outra dos sacerdotes do templo; outra de Jeremias e outros profetas, com uma leitura mais popular. Essas interpretações foram causadas pela destruição de Jerusalém, uma via na purificação ritual a causa dos males, outra via a destruição como resultado da desobediência.
O livro das Lamentações é resultado deste período pós-destruição do templo. Nas ruínas, a população recitava orações em ritos de lamentações, sendo compiladas neste livro, o que nos mostra que é “falsamente atribuído a Jeremias” (p88).
A colônia de exilados na Babilônia sonhava com seu retorno à Jerusalém (Sl 137). Entre eles haviam sacerdotes e levitas. Ali surgiram duas visões para restauração da cidade: a de Ezequiel (Ez 40-48), dispondo a proteger a pureza do templo, excluindo os levitas do serviço do altar pois participaram da contaminação das coisas santas; e a de Isaías (Is 40-55), trecho do livro conhecido como Deutero-Isaías ou Segundo Isaías, em que o profeta preocupa-se em promover a esperança no povo, animando-os.
XII – O PERÍODO DA HEGEMONIA PERSA (539-
Ciro entrou na Babilônia em
Em
A missão de Esdras, em torno de
Neemias foi, em
O movimento profético foi sempre uma defesa do povo de Israel contra as imposições dos reis e seus aparelhos de dominação.
XIII - O PERÍODO DE DOMINAÇÃO HELENÍSTICA (322-
O começo deste período inicia-se com a passagem de Alexandre Magno, em sua campanha para conquistar o Egito, pela Palestina, não encontrando dificuldades para controlar as províncias persas neste local. Alexandre morreu em
A burocracia foi centralizada e a exploração econômica aperfeiçoada. A administração na Palestina foi complexa, dando-se em três formas. A mais importante e feita a longo prazo foi a introdução de cidades helenísticas. Estabeleceu-se em Samaria e Gérasa (na Transjordânia) cidades militares colonizadas por macedônios, Aco, em Betsã, Filatéria, Filadélfia (antiga Rabá-Amon), Dor e Gaza. Além de soldados, foram colonizadas também por civis gregos ou helenizados, que controlavam e exploravam a agricultura. Também havia escravos domésticos e estrangeiros sem voz nos assuntos políticos nem direito a terras. Nos ginásios, “jovens varões” (p104) estudavam as virtudes militares e as práticas esportivas, preparando-os fisica e mentalmente para a guerra.
Jerusalém “tornou-se uma cidade sacerdotal” (p105) com várias etnias. O sumo sacerdote tinha uma função administrativa sem autonomia e era assessorado por um conselho de notáveis (gerusia, posteriormente, no tempos de Herodes, chamado Sinédrio).
A administração ptolomaica transformou a Síria e a Fenícia em uma área agrícola muito rica e produtiva, proletarizando os antigos camponeses.
O exército grego recrutou os jovens judeus que se mostraram bons soldados, muitos à força e muitos voluntariamente.
Neste período situa-se a obra de Eclesiástico (ou a Sabedoria de Jesus Ben Sirac) que reflete a “serenidade e confiança com que a aristocracia judaica podia enfrentar os perigos do momento” (p106), datada em torno de
Havia, neste período, uma interação entre as famílias judias e o mundo helenístico. Os principais sacerdotes quiseram, durante o governo de Antíoco IV Epífanes (175-
XIV – A INSURREIÇÃO MACABÉIA E O GOVERNO HASMONEU (167-
Os hasmoneus, família composta por sacerdotes levitas não aaronitas, levaram os israelitas a rebelarem-se contra as leis opressivas dos selêucidas e, assim, conquistaram todos os territórios de Judá e Israel, impondo o ideal deuteronomístico. Essa imposição levou a uma divisão interna entre o povo.
O oportunismo e cobiça foi marca da monarquia selêucida, que saquearam o templo de Jerusalém, além de proibir a circuncisão de crianças, com o intuito de submeter e humilhar os judeus. A luta contra os selêucidas iniciou-se com Matatias, e aprofundou-se com seu terceiro filho, Judas, denominado Macabeu (martelo), que derrotou os selêucidas em várias batalhas. Também tomou Jerusalém, mas o controle da cidadela Akra ainda era grego. O rei então ofereceu a paz, sendo aceito mediante o cancelamento do programa humilhante, sendo nomeado o sumo sacerdote Alcimo. Morrendo Judas Macabeu, seu irmão Jonatas tomou o comando e se declarou, com o consentimento do rei selêucida, sumo sacerdote, e tendo êxito em continuar o projeto de restauração de Israel. Possivelmente neste período surgiram os essênios entre os humildes, que se retiraram para pequenas comunidades centrados no trabalho e no estudo das Escrituras, principalmente os livros prófeticos. A partir de então, em
Apesar de terem sido feitas várias obras literárias, apenas o livro de Daniel (escrito por volta de 167-
XV – O PERÍODO DA DOMINAÇÃO ROMANA SOBRE ISRAEL (
Período de muitas lutas populares, culminando com a repressão brutal das legiões romanas sobre Israel, sobrevivendo apenas uma comunidade religiosa espalhada pelo mundo.
Neste período, uma das preocupações dos romanos foi a defesa da fronteira oriental do império. Herodes o Idumeu, ouseja, judeu, casado com Mariana da família dos hasmoneus, tinha uma aliança com os romanos para que estes não comprometerem muitas forças na Palestina. Assim, os romanos puderam controlar o território e obter riquezas através dos tributos e impostos. Neste período fundou-se o porto de Cesaréia e Samaria converteu-se em cidade com o nome de Sebaste. Herodes construiu ambiciosamente muitas fortalezas e palácios, o que só foi possível mediante uma tremenda carga sobre a população, o que causou um grande ressentimento popular.
Haviam três grupos filosóficos: os fariseus, os saduceus e os essênios, além das facções radicais revolucionárias: sicários, zelotas e idumeus.
Muitos movimentos populares aconteceram, sendo as mais expressivas: a rebelião de Judas o Galileu em 6dC, que não há informações relevantes, apenas sobre seu amor à liberdade defendida pelas armas; Jesus de Nazaré como um novo caminho rumo a Deus e à salvação aberta para todos. Este movimento do mestre nazareno via nos mestres fariseus o antagonismo ao Reino de Deus e a principal opressão era a religiosa pelos judeus e não a opressão romana. Buscou criar uma comunidade organizada segundo relações de fraternidade e irmandade que caracterizarão o Reino de Deus, além de ter sido nacionalista abertamente.
Outro movimento popular foi o de Teudas, em torno de
Na gestão de Félix (52-60 dC) formaram-se grupos organizados de sicários, que assassinavam os inimigos do povo com punhais. A guerra contra Roma parece ter se iniciado em 66 dC motivada pelos abusos dos romanos, e os sicário foram definitivos na primeira fase da luta da tomada de Jerusalém, resistindo na fortaleza de Massada até 74 dC, que foi o último foco de resistência aos romanos, após estes destruírem o templo de Jerusalém.
Em 132 dC explodiu uma revolução com um dos eixos sendo a reforma agrária e encabeçado por Simão Bar Kokba, assessorado pelo rabino Aquiba e evitando confrontos abertos com as tropas romanas, “limitando-se a ações de fustigação” (p132). Em 135 dC Simão foi encurralado em Beter, próximo à Jerusalém por Júlio Severo, general enviado por Adriano. Os romanos conseguiram eliminar da Palestina a identidade cultural dos camponeses, destruíram os centros religiosos e culturais de Israel e as cidades helenísticas dominaram o território.
“Aqui termina a história de Israel, o povo de Javé.” (p133)
Muito bommm....
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